Passou-se um ano e três meses desde que o garoto Wendel faleceu no centro de treinamento do Vasco da Gama, em itaguaí. Agora, os pais do garoto, Antônio Carlos Inácio da Silva e Rita de Cássia Venâncio da Silva, entraram na justiça contra o Vasco na terça-feira, na comarca de São João Nepomuceno, em Minas Gerais, pedindo R$ 1 milhões em indenização por danos morais e materiais.

Segundo o advogado da família, Daniel Reis, foi feito um levantamento de danos materiais do quanto o garoto teria ganho até seus 65 anos de idade. Wendel era um dos destaques das categorias de base do Vasco, mas ficou apenas três dias nas divisões até morrer, no dia 9 de janeiro de 2012. A estimativa levou em conta que 90% dos jogadores do futebol brasileiro ganham, no máximo, dois salários mínimos.

"Com isso, deve o clube requerido aos requerentes em razão do prejuízo material sofrido, pela redução da renda efetiva, pagar-lhes mensalmente a importância equivalente a dois salários mínimos vigentes, desde a data do óbito até que o menor viesse a completar 65 anos de idade, com todos os adicionais, além do 13º salário e acréscimo de 1/3 sobre as férias anuais", escreveu Daniel Reis na petição.

De acordo com as leis judiciárias, o Vasco da Gama deverá ser notificado sobre a ação em 20 dias e terá mais 15 dias para preparar sua defesa. Após isso, os advogados da família se posicionaram sobre a defesa do clube carioca em um prazo de dez dias. Apenas após esse período o processo chegará nas mãos do juiz, que terá que despachá-lo para conhecer as provas e depoimentos. O caso deve demorar mais seis meses.

Wendel Venâncio da Silva, de 14 anos, morreu no dia 9 de janeiro de 2012. Ele foi convidado pelo Vasco para realizar três testes no Rio de Janeiro e faleceu após 15 minutos de atividade. A promotoria de Infância e Juventude de Itaguaí não viu responsabilidade do clube carioca e nem do médico, Jerônimo Moura, que liberou o garoto para as atividades. Segundo laudo, Wendel morreu por problemas cardíacos e bronquite crônica.