Conheça a História de Seropédica antes de sua Emancipação

29/01/2013 17:00

Até a metade do século XVII, a região era ocupada por indígenas, também por volta de 1718 à presença dos Jesuítas, através de terras doadas e adquiridas, implantaram uma grande propriedade, que compreendia as planícies do Rio Guandu e terras da fazenda Santa Cruz. Desenvolveram a pecuária e a agricultura. Em 1759, pelas Leis da Corte, os Jesuítas perderam o controle da região e são forçados a se retirarem. Pouco antes da expulsão dos jesuítas, a Fazenda Santa Cruz já havia se transformado; a principal atividade passara a ser a produção de cana de açúcar que, que com o solo propicio, progrediu bem.                                                                                   Após a transferência das terras para o patrimônio Real, a região entra em decadência. Somente no século XVIII cogita-se da recuperação da Fazenda santa Cruz. A cultura canavieira é intensificada, assim como a da mandioca.                                                                                               Reinicia-se também a criação de gado. Com o surgimento de dois engenhos, a cana se torna o principal fator econômico da localidade. Com a Abolição da escravatura e a falta de transporte determina o desaparecimento de grandes plantações, fator de riqueza da localidade.  

OS PRIMEIROS NOMES DADOS À REGIÃO

 

Em seu trabalho de Monografia, Adejovane Braga  Monteiro, cita os pesquisadores Claudio Marchiori e Marcelo Gomes, dizendo que a região conhecida por Brejões de São João Grande, devido ao fato de ali se encontrarem grandes alagadiços, principalmente no período das fortes chuvas, responsáveis pela s cheias periódicas do Rio Guandu.

A ocupação do vilarejo conhecido como Bananal localizado onde hoje esta o Bairro Jardim Maracanã, com se supõe, pode ter ocorrido numa dessas explorações realizadas no final do século XVI. A palavra bananal, neste caso, e um termo indígena que significa torcido, fazer a volta é alusivo a correnteza de um rio, água sinuosa – de certo o Rio Guandu a época.  Daí também se origina a palavra “embananado”, enrolado.

Por volta 1758, o povoado de Bananal ganha em importância com a descoberta de ouro em minas Gerais. Por ali passava uma pequena estrada que ligava o caminho de São Paulo ao caminho das minas ou Estrada Real. Ela ficou conhecida como caminho das minas do Guandu, pois se acreditava que nas terras próximas existia ouro. Isto fazia do lugar, uma importante rota de aventureiros em direção a Minas. Mais tarde a estrada funcionou como uma alternativa para  retirar o ouro sem passar pelos postos de controle da Coroa Portuguesa e, com isto, fugir dos pesados tributos, levando a Coroa a instalar o Registro do rio Itaguaí. Já nesta época, funcionavam nas áreas do povoado de Bananal duas feitorias da Fazenda Santa Cruz: a Feitoria Peripery que se destinava a produção de arroz, feijão, milho, aguardente e a Feitoria de Bom Jardim, esta na Região de Paracambi; a época, Paracambi pertencia a Itaguaí.

Em 1817, foi erguida no povoado de Bananal, uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição (provavelmente em homenagem a D. João VI, já que esta era sua santa de devoção.

Com o desenvolvimento da atividade agrícola, o povoado de Bananal começou a ganhar importância e notoriedade, sendo elevada a categoria de Curato por Decreto Provincial em 1864, com o nome de Nossa Senhora da Conceição do Bananal.  Em 1850, o Curato possuía uma população de 1718 habitantes (Niterói por exemplo, segundo o mesmo censo, tinha 15879 habitantes). O Curato contribuía com 69 fazendas de café e cinco de cana de açúcar entre outras. Essa condição foi importante para sua elevação a categoria Freguesia (equivalente a um Distrito), através da Lei Provincial nº 549 de 30 de Agosto de 1851, mantendo o mesmo nome.

Após esse período de grande desenvolvimento a Freguesia de Nossa Senhora do Bananal começou a ingressar em profundo declínio. Na segunda metade do século XIX o Governo Imperial iniciou a construção da Estrada de Ferro ligando a Corte (Rio de Janeiro) aos municípios da Província do Rio de Janeiro e até as outras Províncias. Curiosamente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Bananal ficou alijada desse importante meio de transporte da época.  A Freguesia contou com investimentos Imperiais, na própria pessoa de Sua Majestade Imperial, D. Pedro II.

 

Com o Decreto nº 01, de 8 de Maio e o nº 01 de 3 de junho de 1892, a Freguesia passa a ser denominada simplesmente de Bananal.

Pela Lei nº 1.801, de 8 de janeiro de 1924, a sede é transferida para Fazenda Patioba (onde hoje funciona a escola Arlinda Donadelo Moreira, conhecida como Escolinha do I.Z), mais próximo de onde passaria a nova Estrada, que seria inaugurada cerca de alguns anos mais tarde (1928) a estrada Rio São Paulo (hoje BR 465).

Com a Lei nº 1.043, de 31 de Dezembro de 1943, o Distrito passou a ser denominado Seropédica (D.O.U. de 05 de Janeiro de 1944).

O Pesquisador C. Marchiori acredita que com o novo local da sede, o povo do Bananal teria abandonado a localidade, o que justificava também, o abandono da Igreja e do cemitério, vestígios ainda encontrados na região.

Na década de 1960 o Jardim maracanã voltaria a ser habitado.

A ORIGEM DO NOME SEROPÉDICA

 

No Brasil contatou-se um inicio de desenvolvimento na época de D. Pedro II, no século XIX, com a fundação da Companhia Seropédico Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, com fins de criação do bicho da seda (Bombyx mori L Bicho da Ceda)e conseqüentemente a produção de seda em terras do Advogado José Pereira Tavares, Gaucho empreendedor que adquirindo terras itaguaíense, nelas se estabeleceu edificando uma capela a  santa Tereza como padroeira da Fazenda. Com a produção de seda, importante tecido que vestia a nobreza da época. José Pereira Tavares adquiriu partes das terras do antigo engenho do Tagoaí, de propriedade de Antonio Gomes Barroso e começou a implantar o Estabelecimento Seropédico de Itaguaí. O nome foi um neologismo (para a época) criado pelo próprio Tavares, para designar a lida com a seda, sendo uma alternativa à palavra sericultura. Em 1846, o Estabelecimento, já implantado, começa a sentir a falta de recursos e, então, seu proprietário resolve recorrer à ajuda do Governo da Província do Rio de Janeiro, que libera um empréstimo de 99$000.000 ( noventa e nove contos de réis). Os recursos, apesar de darem novo ânimo ao Estabelecimento, não foram suficientes. Em 1854, Tavares recorreu então ao próprio imperador D. Pedro II que, após mandar fazer uma avaliação do Estabelecimento, fez pessoalmente uma visita ao local, criando a Imperial Companhia Seropédica Fluminense, sendo ele o principal acionista, mantendo o fundador como diretor e o Visconde de Sepetiba como presidente. Em 1856, D. Pedro II realiza outra visita à Seropédica e verifica que os recursos por ele autorizados não estavam sendo gastos na Companhia, porém, nenhuma providência foi tomada, apesar da indignação de Sua Majestade Imperial. Em 1860, Tavares publica o livro Memórias da Sericicultura no Brasil, talvez o primeiro tratado zootécnico escrito no Brasil, contando a sua experiência com a produção de seda. Porém, apesar de todo o esforço de Tavares, a sociedade é liquidada e a Companhia posta à venda após a sua morte e adquirida pelo Capitão Luiz de Souza Rezende, filho do Marquês de Valença.

A região que hoje é o Município de Seropédica tem um passado histórico muito rico e a origem desse nome vem da Sericicultura (criação do Bicho da Seda preparo e fabricação da seda animal), uma vez que Sericeo = semelhante a seda aveludado, sedoso.

A este contesto cabe um esclarecimento, Bananal não era somente o vilarejo e sim, toda uma vasta região que hoje compreende o Município de Seropédica. E esse nome Seropédica se deu em face de uma nova divisão territorial de Itaguaí em Distritos (Itaguaí, Seropédica, Coroa Grande e Ibituporanga) O nome Seropédica foi herdado da atividade, digo empreendimento Seropédico que existiu na região.  Abaixo segue a lista de Sedes de Fazendas que existiam e outras que ainda sobrevivem na Região de Seropédica: Fazenda Santa Rosa, Fazenda Santo Antonio, Fazenda São Luiz, Fazenda Águas Lindas, Fazenda Bananal, Fazenda Pau Cheiroso, Fazenda Moura Costa, Fazenda Santa Maria, Fazenda Pau Ferro, Fazenda Santa Cruzada, Fazenda Fonte Limpa, Fazenda Serra do Quilombo, Fazenda Patioba (*), Fazenda Noruega (+), Fazenda Santa Tereza ( Fazenda Caxias)(#), Fazenda Serrinha, Fazenda Viúva Graça, Fazenda Piranema, dentre outra localidades.

(*) Prédio em perfeitas condições

(+) em atividade gado

(#) Ainda existem vestígios (prédio em ruínas)

Fotos de achados Arqueologicos de Seropédica de Tribos Indiginas, Escravatura, Construção da UFRRJ, Fabrica de Seda, Sede de Fazenda,e inauguração da Igreja Batista, Igreja Catolica Perpetuo Socorro,