Arco Metropolitano do Rio vai mudar panorama do transporte rodoviário

29/04/2013 19:59

 

O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro seguirá o mesmo percurso formado pelas rodovias BR 493 e RJ 109. Ligará as cidades de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguai.

 

Entre as principais obras do PAC para o transporte rodoviário do Rio de Janeiro, o Arco Metropolitano ainda habita os sonhos de transportadores e habitantes da capital fluminense. Além de desafogar o trânsito da região metropolitana – principalmente na Avenida Brasil e na ponte Rio-Niterói – a obra vai facilitar o transporte de cargas que cruzam o Estado ou seguem em direção ao Porto de Itaguaí.

Mais de quatro anos após o prazo inicial e com o custo chegando ao dobro do previsto (era de R$ 536 milhões em 2007 e deve ficar acima de R$ 1 bilhão após revisão), a obra deve ficar pronta em dezembro de 2014. O trecho de 100km da BR-493 entre a BR-101 e Manilha está sendo construído desde junho de 2008 pelo Governo Estadual do Rio de Janeiro em parceria com a União e enfrentou recorrentes dificuldades. Além dos problemas de licenciamento ambiental, incluindo a discussão sobre uma espécie de perereca que seria prejudicada, foram descobertos dezenas de sítios arqueológicos e cerca de três mil famílias foram desapropriadas.

Além de estimular economicamente as áreas da região metropolitana cortadas pela estrada, a via vai facilitar o acesso expresso ao Porto de Itaguaí e o futuro pólo petroquímico de Itaboraí. Segundo estudo encomendado pelo Sistema FIRJAN e pelo Sebrae-RJ, divulgado em 2008, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro irá reduzir os custos de transporte de mercadorias entre o Porto de Itaguaí e sete Estados, com percentuais que variam de 2,5% a 20%. No longo prazo, o impacto esperado no PIB da área de influência direta é de R$ 2 bilhões. Serão 4.949 empregos gerados na fase de obras e 16 mil no longo prazo, prevê o estudo.

O projeto pode mudar o cenário para transportadores de cargas do Rio de Janeiro e de outros Estados que hoje precisam enfrentar a ponte Rio-Niterói (com restrições de uso para caminhões e veículos pesados) ou a Avenida Brasil. "É uma obra muito importante para a circulação de carga. Tira os veículos pesados da região urbana e liga os principais eixos rodoviários, tanto para quem vem do sul pela BR-101 e pela BR-116, ou de São Paulo pela BR-040 e liga ainda a BR-101 para o norte do País. Os principais eixos rodoviários que cortam o Rio de Janeiro terão intersecção com o arco metropolitano", lembra Eduardo Rebuzzi, presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro.

O porto de Itaguaí também deve sofrer mudanças bruscas na movimentação. Segundo a especialista em Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Julia Nicolau Butter, "a influência no porto será gigantesca". "Eventuais terminais de granéis agrícolas e líquidos poderiam atrair parte da carga adicional futura dos portos de Santos e Tubarão. De forma semelhante, a construção do Arco permitirá que, em cenários otimistas, este porto absorva mais de 500 mil toneladas dos fluxos rodoviários futuros de outros portos como Santos, Rio de Janeiro e Praia Mole", explica.

Cartola - Agência de Conteúdo

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